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Qual o mecanismo de ação da cafeína?

Você muito provavelmente já se perguntou qual o mescanismo de ação da cafeína em nosso organismo. Caso você não tenha estudado isso na faculdade ou não se lembre, hoje vamos elucidar como essa substância promove seus efeitos.

Em primeiro lugar, a cafeína é um alcaloide do grupo das xantinas amplamente consumido em todo o mundo, principalmente em bebidas como café, chá e refrigerantes. Em síntese, seus efeitos no organismo são diversos e resultam de sua interação com vários sistemas biológicos, sendo o sistema nervoso central o mais afetado.

Mecanismo de ação da cafeína

A principal ação da cafeína é como antagonista dos receptores de adenosina, especificamente os receptores A1 e A2A. A adenosina é um neurotransmissor que promove a sedação e o sono, além de ter um papel importante na regulação do fluxo sanguíneo e da liberação de neurotransmissores. Em condições normais, a adenosina se liga a seus receptores, resultando em um efeito inibitório sobre a atividade neuronal, promovendo o relaxamento e o sono.

Efeitos nos Receptores de Adenosina

Receptor A1

Os receptores A1 estão amplamente distribuídos no cérebro e, quando ativados pela adenosina, reduzem a liberação de neurotransmissores excitatórios como o glutamato e a dopamina. Portanto, ao bloquear esses receptores, a cafeína impede a ação inibitória da adenosina, resultando em um aumento na liberação de neurotransmissores excitatórios. Por fim, isso leva a um estado de alerta aumentado, melhora da concentração e redução da sensação de fadiga.

Receptor A2A

Os receptores A2A, por outro lado, são encontrados principalmente nas regiões do cérebro associadas ao controle motor e ao humor, como o estriado. A adenosina, ao se ligar aos receptores A2A, inibe a liberação de dopamina, um neurotransmissor crucial para a sensação de prazer e bem-estar. A cafeína, ao antagonizar esses receptores, resulta em um aumento na liberação de dopamina, o que pode melhorar o humor e a motivação.

Efeitos fisiológicos da cafeína

  1. Aumento do estado de alerta: Como mencionado, ao bloquear os receptores de adenosina, a cafeína aumenta a atividade neuronal e a liberação de neurotransmissores excitatórios, promovendo a vigília e a concentração.
  2. Melhora do desempenho físico: A cafeína pode aumentar a liberação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), preparando o corpo para a “resposta de luta ou fuga”. Isso resulta em um aumento na frequência cardíaca, dilatação dos brônquios e aumento da disponibilidade de glicose no sangue, melhorando o desempenho físico.
  3. Aumento da diurese: A cafeína tem um efeito diurético leve, aumentando a produção de urina, o que pode ser benéfico em algumas condições, mas também pode levar à desidratação se consumida em excesso.
  4. Estimulação do sistema gastrointestinal: A cafeína pode aumentar a motilidade gastrointestinal, o que pode ajudar na digestão, mas também pode causar desconforto gastrointestinal em algumas pessoas.

Tolerância e Dependência

Com o consumo regular, o organismo pode desenvolver tolerância à cafeína, necessitando de doses maiores para obter os mesmos efeitos. Além disso, a interrupção abrupta do consumo pode levar a sintomas de abstinência, como dores de cabeça, irritabilidade e fadiga.

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Referência bibliográfica:

Brunton, L.L. Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2012.