Como ocorre a fecundação?
A fecundação é um processo complexo e fascinante que marca o início do desenvolvimento de um novo organismo. Este processo envolve várias etapas críticas, desde a preparação dos gametas até a fusão final dos núcleos espermático e ovocitário. Em suma, ela ocorre geralmente ocorre na região da ampola da tuba uterina. Contudo, os espermatozoides não são capazes de fecundar o ovócito logo após a sua chegada no sistema reprodutor feminino. Para tanto, é necessário que ocorra a capacitação e reação acrossômica.
Capacitação espermática
Uma vez ejaculados, os espermatozoides devem passar por um processo adicional de capacitação para se tornarem capazes de fertilizar o ovócito. A capacitação ocorre no trato reprodutor feminino e envolve a remoção de proteínas e glicoproteínas da superfície do espermatozoide. Isso resulta em alterações na membrana plasmática, desbloqueio de proteínas que se ligarão à zona pelúcida posteriormente e um aumento na sua motilidade.
A fecundação e suas fases
Após a capacitação, os espermatozoides precisam navegar pelo trato reprodutor feminino para alcançar o ovócito. Eles nadam através do útero e entram na tuba uterina, guiados por sinais químicos e térmicos. Em suma, esse encontro é dividio em algumas fases:
1. Penetração na corona radiata
Quando os espermatozoides alcançam o ovócito, eles enfrentam a primeira barreira física: a corona radiata, uma camada de células foliculares que envolve o ovócito. Os espermatozoides precisam atravessar então essa camada para chegar à zona pelúcida, uma camada glicoproteica que envolve o ovócito. No entanto, o movimento de cauda dos espermatozoide é suficiente para abrir caminho por entre essas células.
2. Penetração na zona pelúcida e reação acrossômica
Inegavelmnete, a reação acrossômica é uma etapa crucial no processo de fecundação. Quando um espermatozoide capacitado entra em contato com a proteína ZP3 da zona pelúcida, uma série de eventos bioquímicos é desencadeada. Em primeiro lugar, a membrana plasmática do espermatozoide se funde com a membrana externa do acrossoma, liberando enzimas hidrolíticas como a hialuronidase e a acrosina. Porteriormente, essas enzimas digerem a zona pelúcida, permitindo que o espermatozoide penetre essa barreira e alcance a membrana plasmática do ovócito.
3. Fusão das membranas e reação cortical
Uma vez que o espermatozoide penetra a zona pelúcida, ele entra em contato com a membrana plasmática do ovócito e ocorre a fusão das membranas. Esta fusão desencadeia a reação cortical, onde grânulos corticais localizados logo abaixo da membrana plasmática do ovócito são liberados no espaço perivitelino. Esta reação altera a zona pelúcida a fim de torná-la impenetrável para outros espermatozoides, prevenindo a polispermia (entrada de mais de um espermatozoide).
4. Fim da fecundação: formação e fusão dos pronúcleos
Após a fusão das membranas, o núcleo do espermatozoide (agora chamado de pronúcleo masculino) é transportado para o citoplasma do ovócito. O ovócito então completa a segunda divisão meiótica, formando o pronúcleo feminino. Por fim, os dois pronúcleos se aproximam, suas membranas se dissolvem e os cromossomos se alinham, resultando na formação do zigoto, uma célula diploide com uma nova combinação genética derivada de ambos os pais.
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Referência bibliográfica:
MOORE, Keith L.; TORCHIA, Mark G.; PERSAUD, T.V.N.. Embriologia clínica. 11. ed RIO DE JANEIRO: Grupo GEN, 2021, 470 p.
SADLER, T. W. Langman: embriologia médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.