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Os primeiros relatos sobre o câncer

A história do câncer remonta às profundezas da antiguidade, e os primeiros registros conhecidos dessa doença são tão antigos quanto a própria civilização

Primeiros registros

O registro mais antigo de um tumor que possivelmente era câncer foi encontrado em um papiro egípcio conhecido como o Papiro de Edwin Smith, datado de cerca de 1600 a.C., embora se acredite que o texto original possa ter sido escrito por volta de 2500 a.C. Este papiro é um tratado médico que descreve várias doenças e lesões, bem como seus tratamentos. O texto é notável por seu tom clínico e sua abordagem sistemática à medicina.

No papiro, há uma descrição de um tumor ou úlcera no seio, que foi tratado com cauterização. O médico autor do texto observou que o tumor era “duro como uma fruta verde” e concluiu que “não há tratamento” para essa condição. Essa descrição é amplamente reconhecida como a primeira menção conhecida de câncer na história.

O câncer na antiguidade

Porém, o termo “câncer” foi cunhado muito mais tarde, por Hipócrates (c. 460-370 a.C.), o médico grego frequentemente chamado de “Pai da Medicina”. Hipócrates usou as palavras gregas carcinos e carcinoma para descrever tumores, que em grego significam “caranguejo”. Ele provavelmente escolheu essa metáfora porque os tumores malignos com suas veias se assemelhavam a um caranguejo, com suas patas se estendendo em várias direções.

A compreensão do câncer na antiguidade era extremamente limitada. Os médicos da época não compreendiam a biologia da doença e, como resultado, os tratamentos disponíveis eram ineficazes. No entanto, a identificação precoce da condição, como descrita no Papiro de Edwin Smith, demonstra que os antigos médicos já reconheciam o câncer como uma entidade distinta, mesmo que não pudessem tratá-lo de maneira eficaz.

Avançando um pouco mais na história

Ao longo dos séculos, o câncer foi mencionado em textos de várias culturas, incluindo os gregos, romanos, indianos e chineses, mas sempre como uma doença misteriosa e frequentemente incurável. Os tratamentos variavam amplamente, desde intervenções cirúrgicas primitivas até remédios à base de ervas e rituais místicos, mas o prognóstico para a maioria dos pacientes com câncer era sombrio.

No entanto, é importante notar que os antigos tinham uma compreensão muito limitada da biologia humana, e o conceito de “câncer” na antiguidade pode ter abrangido uma variedade de condições que hoje seriam diagnosticadas de forma diferente. Mesmo assim, os primeiros registros do câncer, como os descritos no Papiro de Edwin Smith, mostram que essa doença tem sido uma parte constante da experiência humana.

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Referência bibliográfica:

PORTER, Roy. História da Medicina. 1. ed. São Paulo: Editora Madras, 2008. 424 p.

SIDDHARTHA, Mukherjee. O imperador de todos os males: uma biografia do câncer. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.