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Como acontece a maturação de linfócitos?

Que os linfócitos são um componente crucial do sistema imunológico, responsáveis pela defesa do corpo contra patógenos e células anormais você já sabe. Mas como acontece a maturação de linfócitos? E quais as etapas desse processo? Em suma, os linfócitos são divididos em duas principais categorias: linfócitos B e linfócitos T. Eles se desenvolvem e amadurecem em órgãos linfoides específicos, cada um com um papel distinto na resposta imunológica.

Maturação dos Linfócitos B

Em primeiro lugar, os linfócitos B se originam de células-tronco hematopoéticas na medula óssea. Em síntese, o processo de maturação desses linfócitos ocorre inteiramente na medula óssea e é marcado por várias etapas:

  1. Rearranjo de receptores: Durante a maturação, os linfócitos B rearranjam seus genes a fim de produzir receptores de antígenos (BCR) únicos. Inegavelmente, esse processo de rearranjo garante a diversidade necessária para reconhecer uma ampla variedade de antígenos.
  2. Seleção negativa: Os linfócitos B imaturos são testados contra autoantígenos. Aqueles que reconhecem autoantígenos com alta afinidade são eliminados para prevenir autoimunidade.
  3. Saída para órgãos linfoides secundários: Por fim, após passar pela seleção negativa, os linfócitos B maduros deixam a medula óssea e entram nos órgãos linfoides secundários, como linfonodos e baço, onde continuarão seu desenvolvimento e poderão encontrar antígenos para ativação.

Maturação dos Linfócitos T

Os linfócitos T também se originam de células-tronco hematopoéticas na medula óssea, mas o processo de maturação ocorre principalmente no timo. Esse órgão é responsável por moldar o repertório dos linfócitos T:

  1. Migração para o timo: Os precursores dos linfócitos T saem da medula óssea e migram para o timo, onde continuam sua maturação.
  2. Rearranjo de receptores: Primeiramente, no timo, os linfócitos T rearranjam seus genes para formar receptores de antígenos (TCR) únicos, garantindo a diversidade para reconhecer uma ampla variedade de antígenos.
  3. Seleção positiva: Em segundo lugar, os linfócitos T passam por seleção positiva, que envolve interagir com células apresentadoras de antígenos no timo. Apenas os linfócitos T que reconhecem moléculas de MHC próprias com antígenos são selecionados para sobreviver.
  4. Seleção negativa: Em seguida, os linfócitos T também passam por seleção negativa, que elimina aqueles que reconhecem autoantígenos com alta afinidade. Isso previne reações autoimunes.
  5. Diferenciação em subtipos: Os linfócitos T então que sobrevivem à seleção se diferenciam em subtipos distintos, como células T auxiliares (T-helper), células T citotóxicas e células T reguladoras.
  6. Saída para órgãos linfoides secundários: Finalmente, após completar a maturação, os linfócitos T deixam o timo e migram para órgãos linfoides secundários, onde interagem com antígenos para iniciar a resposta imunológica.

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Referência bibliográfica:

ABBAS, Abul K.; PILLAI, Shiv; LICHTMAN, Andrew H.. Imunologia celular e molecular. 9 Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019, 565 p.