A hemocultura, uma técnica crucial nos diagnósticos das infecções sanguíneas, desempenha um papel fundamental na identificação precisa e rápida dos microrganismos responsáveis por bacteremias e sepse. Essas infecções representam uma séria ameaça à saúde, podendo resultar em complicações graves e até mesmo colocar em risco a vida do paciente. Por isso, é essencial diagnosticar e tratar de forma eficaz as infecções sanguíneas para uma gestão clínica adequada.

Passo a passo da hemocultura

Em primeiro lugar, é importante preparar o paciente, desinfetando a área de coleta e removendo possíveis fontes de contaminação, como cateteres ou curativos. A coleta deve ser realizada assim que os sintomas de infecção aparecerem e antes do início da antibioticoterapia.

A antisepsia deve ser realizada utilizando álcool e iodo para evitar contaminação. Geralmente, são coletados dois ou mais conjuntos de frascos de hemocultura, com cada conjunto contendo um meio de cultura líquido específico. Cada amostra deve ser coletada de punções separadas e de locais diferentes. Em alguns casos, a coleta a cada 1 ou 2 horas pode ser recomendada para monitorar a bacteremia.

Depois da coleta, o sangue é inoculado nos frascos de hemocultura, seguindo um protocolo específico dependendo se a coleta foi realizada em sistema aberto ou fechado. Só para ilustrar que existem diferentes tipos de frascos de hemocultura para diferentes microrganismos.

Os frascos de hemocultura são então incubados em condições controladas de temperatura. Durante a incubação, os microrganismos presentes no sangue se multiplicam e podem causar turbidez no meio de cultura.

Durante o período de incubação, os frascos são monitorados regularmente a fim de detectar sinais de crescimento bacteriano, como turbidez, alteração de cor ou formação de grumos.

Se houver crescimento bacteriano, é feita a subcultura das amostras em meios de cultura sólidos. As colônias bacterianas resultantes são então submetidas a testes bioquímicos e, em alguns casos, testes moleculares, a fim de identificar as espécies bacterianas presentes.

Hemocultura automatizada

A hemocultura automatizada é uma evolução significativa na detecção de microrganismos na corrente sanguínea. Em suma, esse método utiliza sistemas automatizados que aceleram e simplificam várias etapas do procedimento, permitindo uma detecção mais rápida e precisa dos microrganismos.

Uma das vantagens da hemocultura automatizada é a capacidade de detectar o crescimento bacteriano de forma mais rápida e precisa do que os métodos convencionais. Esses sistemas automatizados monitoram continuamente os frascos de hemocultura com o intuito de buscar de sinais de crescimento microbiano, como turbidez, alteração de cor ou produção de gases.

Além disso, a hemocultura automatizada oferece uma maior padronização e consistência nos resultados, minimizando a possibilidade de erros e aumentando a confiabilidade dos resultados.

O Sistema BACTEC é um exemplo proeminente de um sistema automatizado de hemocultura amplamente utilizado em laboratórios clínicos em todo o mundo. Desenvolvido pela Becton, Dickinson and Company (BD), o Sistema BACTEC é reconhecido por sua eficácia, confiabilidade e rapidez na detecção de microrganismos na corrente sanguínea. Ele funciona detectando a produção de CO2 pelos microrganismos em crescimento. Além disso, é capaz de classificar automaticamente frascos positivos e negativos com base em algoritmos específicos, permitindo uma triagem mais rápida e eficiente das amostras.

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