Qual a função dos lisossomos?
Hoje vamos relembrar as funções e a importância de uma organela pouco estudada na faculdade: os lisossomos. Em suma, eles são organelas especializadas de células eucarióticas, particularmente abundantes em células animais. Os lisossomos consistem em pequenas vesículas que são envolvidas por uma membrana e contêm uma variedade de enzimas hidrolíticas. Agora, vamos entender mais a fundo sobre as suas características e funções:
Estrutura dos lisossomos
Primeiramente, os lisossomos possuem uma estrutura simples: uma membrana lipídica que envolve o conteúdo enzimático e mantém um ambiente ácido em seu interior, com pH ao redor de 4,5 a 5,0. Com toda a certeza, esse ambiente ácido é essencial para a ativação das enzimas hidrolíticas, como proteases, nucleases e lipases, que desempenham suas funções digestivas. A membrana lisossomal também serve como uma barreira, a fim de proteger o citoplasma da célula da ação destrutiva das enzimas que, caso fossem liberadas, poderiam causar danos à célula.
Principais funções dos lisossomos
1. Participam da fagocitose
Uma das principais funções é a digestão de material proveniente do exterior da célula, um processo denominado heterofagia. As células, especialmente as fagocíticas, como os macrófagos, englobam partículas estranhas, como bactérias ou restos celulares, por um processo chamado fagocitose. Logo após serem internalizadas, essas partículas são isoladas em vacúolos que se fundem com os lisossomos, formando fagolisossomos, onde o conteúdo é degradado pelas enzimas lisossomais. Essa digestão permite então que a célula se defenda contra patógenos invasores.
2. Os lisossomos estão envolvidos no processo de autofagia
Os lisossomos também participam da autofagia, um processo vital para a manutenção celular. Durante a autofagia, organelas e proteínas danificadas ou desnecessárias são isoladas em vesículas de dupla membrana chamadas autofagossomos, que posteriormente se fundem com os lisossomos para a digestão de seu conteúdo. Este processo é essencial para a renovação celular e permite que a célula remova componentes danificados, evitando acúmulo de proteínas defeituosas e organelas ineficazes. Além disso, em condições de estresse ou privação de nutrientes, a autofagia permite que a célula degrade partes de si mesma para reciclar recursos, ajudando na sobrevivência.
3. Fazem a reciclagem de componentes celulares
Além da digestão de material externo e interno, os lisossomos também desempenham um papel fundamental na reciclagem de moléculas dentro da célula. Após a digestão, os produtos resultantes, como aminoácidos, açúcares e nucleotídeos, são reutilizados para a síntese de novos componentes celulares. Essa função de reciclagem é fundamental para a homeostase celular e contribui para a eficiência metabólica da célula.
4. Degradam substâncias tóxicas
Por fim, os lisossomos também estão envolvidos na degradação de substâncias tóxicas e no gerenciamento de resíduos celulares. Eles podem decompor compostos prejudiciais e evitar o acúmulo de resíduos metabólicos que podem causar danos à célula. Portanto, certas doenças genéticas, como as doenças de armazenamento lisossomal, ocorrem quando as enzimas lisossomais são deficientes, resultando no acúmulo de substâncias indigestas.
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Referência bibliográfica:
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Biologia Celular e Molecular. 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.