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O que é carcinoma de células escamosas?

Já ouviu falar que existem mais de um tipo de câncer de pele? Em suma, os cânceres de pele podem ser categorizados em dois grupos principais: os melanomas, que representam cerca de 5% dos casos de câncer de pele, e os não melanomas, que incluem o carcinoma de células escamosas e o carcinoma basocelular, abarcando aproximadamente 95% dos casos de câncer de pele. 

É relevante ressaltar que o termo “carcinoma” se refere a neoplasias malignas que têm sua origem no tecido epitelial.

Epidemiologia

O Carcinoma de Células Escamosas, conhecido também como Carcinoma Espinocelular ou Carcinoma Epidermoide, é responsável por cerca de 90% dos casos de câncer bucal. Esta forma de câncer é comumente encontrada em mucosas e semimucosas, e caracteriza-se por um crescimento acelerado, invasivo e com alta propensão a metástases. Notavelmente, a região inferior do corpo, delimitada por uma linha imaginária traçada entre a comissura labial (canto da boca) e o lóbulo da orelha, é mais suscetível ao desenvolvimento do carcinoma de células escamosas.

Este tipo de câncer apresenta uma histopatologia que pode afetar não apenas a pele, mas também a boca, orofaringe, glande e cérvice uterina. Os fatores de risco associados ao seu desenvolvimento incluem o tabagismo, alcoolismo, infecção pelo HPV (particularmente para a cérvice e orofaringe) e exposição solar (especialmente para casos de câncer de lábio). Nos casos de carcinoma de células escamosas de orofaringe, a presença do HPV é crucial não apenas para o diagnóstico, mas também para a determinação precisa do estadiamento do paciente.

Etiopatogenia

A etiopatogenia envolve uma complexa interação entre fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Esses fatores podem causar danos ao DNA das células epiteliais, levando a mutações genéticas que desencadeiam o processo de carcinogênese. O carcinoma de células escamosas geralmente se desenvolve a partir de lesões pré-cancerosas, como displasias e leucoplasias, que eventualmente progridem para um carcinoma invasivo.

Carcinogênese e histopatologia

A carcinogênese é um processo multifásico que envolve a ativação de vias de sinalização celular, como as vias do receptor de fator de crescimento epidérmico (EGFR), do p53 e do ciclo celular, que promovem o crescimento descontrolado das células epiteliais.

A histopatologia é marcada por células epiteliais anaplásicas, com pleomorfismo, núcleos hipercromáticos e irregulares, além de alta relação núcleo-citoplasma. A queratinização é comum, resultando em pérolas de queratina (também denominadas pérola córnea). Observa-se invasão das camadas mais profundas da pele ou mucosa, e as células tumorais podem estar presentes em um estroma fibroso. O grau de diferenciação do tumor, variando de bem a pouco diferenciado, é avaliado. Esses aspectos histológicos são cruciais para o diagnóstico, planejamento do tratamento e prognóstico.

Subtipos e metástase

Além do carcinoma de células escamosas “puro” este também pode apresentar diversos subtipos, que variam em termos de características histológicas, localização anatômica e comportamento clínico: verrucoso, basalóide e papilífero por exemplo. 

A ocorrência de metástases linfáticas muitas vezes é precoce. O tumor tende a crescer em tamanho, tornando-se volumoso e, à medida que avança, pode tornar-se duro e móvel. Ele pode aderir aos planos superficial e profundo da pele ou mucosa, frequentemente terminando em ulceração, o que pode resultar em feridas que não cicatrizam. À medida que esse câncer progride, há uma tendência de invasão em estruturas circundantes, como osso, cartilagem e músculos, o que pode causar dor e comprometer a função dos tecidos afetados. Além disso, em estágios mais avançados, o carcinoma de células escamosas pode se disseminar para órgãos distantes resultando em metástases.

É importante notar que essa progressão clínica pode variar de acordo com o estágio do tumor, a resposta do sistema imunológico do paciente e outros fatores individuais.

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