Entenda a cadeia transportadora de elétrons
Este é um assunto que assombra muitos alunos nas aulas de bioquímica da faculdade e hoje você vai entender de uma vez por todas. Em primeiro lugar, a cadeia transportadora de elétrons consiste é uma série de complexos de proteínas e moléculas transportadoras localizadas na membrana interna das mitocôndrias, que desempenha um papel crucial na produção de ATP. Esse processo é a etapa final da respiração celular e é onde a maior parte do ATP é gerada. Ela pode ser dividida em várias etapas que envolvem a transferência de elétrons e o bombeamento de prótons, culminando na síntese de ATP através da fosforilação oxidativa.
Estrutura e componentes da cadeia transportadora de elétrons
A cadeia transportadora de elétrons é composta por quatro complexos principais e duas moléculas móveis que facilitam a transferência de elétrons entre esses complexos:
- Complexo I (NADH desidrogenase): Este complexo aceita elétrons do NADH, uma molécula produzida durante o ciclo de Krebs. Os elétrons são transferidos para a ubiquinona (CoQ) enquanto os prótons são bombeados do interior da matriz mitocondrial para o espaço intermembranar.
- Complexo II (succinato desidrogenase): Este complexo recebe elétrons do FADH2, que também é gerado durante o ciclo de Krebs. Embora não bombeie prótons, ele transfere os elétrons para a CoQ, que os leva ao Complexo III.
- Complexo III (citocromo bc1): Em seguida, o citocromo bc1 recebe elétrons da CoQ e os transfere para a citocromo c, uma pequena proteína solúvel que transporta os elétrons até o Complexo IV. Durante essa transferência, mais prótons são bombeados para o espaço intermembranar.
- Complexo IV (citocromo c oxidase): Por fim, o complexo IV transfere elétrons da citocromo c para o oxigênio molecular, que é o aceptor final de elétrons na cadeia. O oxigênio é reduzido para formar água (H2O). Este complexo também bombeia prótons para o espaço intermembranar.
Mecanismo de transporte de elétrons
Em suma, a transferência de elétrons através dos complexos ocorre por meio de uma série de reações redox. Cada transferência libera uma pequena quantidade de energia, que é utilizada para bombear prótons da matriz mitocondrial para o espaço intermembranar. Portanto, esse bombeamento cria um gradiente eletroquímico de prótons, conhecido como força próton-motriz.
Fosforilação oxidativa e síntese de ATP
Enfim, a última etapa da cadeia transportadora de elétrons é a produção de ATP pela enzima ATP sintase, também localizada na membrana interna mitocondrial. O gradiente de prótons criado pelos complexos I, III e IV gera então uma diferença de concentração e de carga elétrica entre a matriz mitocondrial e o espaço intermembranar. Conforme os prótons retornam para a matriz através da ATP sintase, a energia do gradiente é utilizada para converter ADP em ATP. Este processo é chamado de fosforilação oxidativa.
Importância biológica
Inegavelmente, a cadeia transportadora de elétrons é essencial para a respiração celular aeróbica, que é a principal via de produção de energia em organismos eucarióticos. O ATP produzido é então utilizado em inúmeras reações celulares que necessitam de energia, incluindo síntese de moléculas, transporte ativo através de membranas e contração muscular.
Por fim, defeitos na cadeia transportadora de elétrons podem levar a várias doenças mitocondriais, caracterizadas por disfunção energética celular. Essas condições podem afetar tecidos com alta demanda energética, como músculos e sistema nervoso, resultando em sintomas como fraqueza muscular e problemas neurológicos.
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Referência bibliográfica:
NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de bioquímica de Lehninger. 7 Porto Alegre: Artmed, 2019, 1278 p.