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Tumor benigno e maligno: qual a diferença?

Já estudou sobre o câncer nas aulas de patologia? Sabe as diferenças entre um tumor benigno e maligno (câncer)? A diferenciação entre esses tipos de tumores, também chamados de neoplasias, é importante na patologia pois permite determinar o diagnóstico e o prognóstico da doença. Primeiramente, a principal diferença entre tumor benigno e maligno é que tumor maligno é sempre sinônimo de câncer. Por quê? Nesse post vamos entender o que determina a malignidade de um tumor.

Quais as principais diferenças entre tumor benigno e maligno?

Os tumores benignos são crescimentos anormais de células que geralmente não diferem tanto do tecido de origem. Já os tumores malignos acumulam mais mutações, por isso adquirem características de malignidade e diferem mais do tecido de origem.

Características macroscópicas e funcionais

Macroscopicamente, eles podem formar uma massa bem delimitada, geralmente encapsulada, e podem ser facilmente removidos cirurgicamente, diferente do maligno, que o formato é irregular. Outro aspecto utilizado para diferenciar tumore benigno de maligno são as bordas da massa tumoral. Tumores malignos geralmente apresentam bordas irregulares enquanto que os benignos possuem bordas bem delimitadas e geralmente são envoltos por uma cápsula fibrosa.

Além disso, os tumores benignos tendem a crescer de maneira lenta e não invadem os tecidos circundantes, sempre respeitando seu formato esférico. Esse crescimento pode até ser estabilizado com o tempo e o tamanho do tumor então não vai mudar. Ao contrário dos tumores benignos, os tumores malignos são altamente invasivos e têm a capacidade de se espalhar para outras partes do corpo através de projeções. Ou seja, conforme ele cresce, ele vai se infiltrando nos tecidos que estiverem ali próximos. Obviamente que a velocidade e a invasão estão diretamente relacionados a gravidade do câncer e os tipos de mutações acumuladas. Além disso, é muito difícil que o crescimento se estabilize, a tendência é que ele cresça cada vez mais.

Em relação a função, dependendo do tipo de órgão afetado por um tumor benigno, pode haver uma exacerbação de função, que é o que acontece com algumas glândulas e órgãos endócrinos, produzindo uma maior quantidade da substância ou hormônio. Nos tumores malignos, a função é afetada de formas diferentes dependendo novamente da gravidade do câncer. Portanto, pode haver um ganho, exacerbação ou perda de função.

Características histológicas

Histologicamente, os tumores benignos são compostos por células bem parecidas com as células normais do tecido em que se originam. Ou seja, suas características histológicas incluem um padrão organizado, tamanho celular uniforme e núcleos regulares. Nesse caso, podemos dizer que o tecido é bem diferenciado, pois ele apresenta as características do tecido original. Por outro lado, nos tumores malignos, o tecido pode ser bem diferenciado, apresentando o mesmo padrão do tumor benigno, ou, quando muitas mutações são acumuladas, o tecido vai perdendo as características do tecido de origem. E nesse caso dizemos que esse tecido é pouco diferenciado, apresentando células de tamanho variável, núcleos irregulares e uma alta taxa de divisão celular.

Outras características

Uma das principais características dos tumores benignos é que eles não se espalham para outras partes do corpo, um processo conhecido como metástase. Isso ocorre porque esses tumores não têm a capacidade de invadir os vasos sanguíneos ou linfáticos. Portanto, embora os tumores benignos possam causar problemas locais, eles raramente representam uma ameaça à vida do paciente. No tumor maligno, como já aconteceram diversas mutações, as células sofrem uma mudança de fenótipo, ganhando capacidade de invasão, processo conhecido como transição-epitélio-mesênquima. Durante essa invasão, elas podem também alcançar uma cavidade, atingir um vaso sanguíneo ou linfático e migrar para um local distante, originando um outro tumor maligno em outro órgão… Não quer dizer que todo câncer vai gerar metástase. Pode acontecer sim em alguns casos mas não em todos.

a imagem mostra uma tabela que destaca as diferenças entre o tumor benigno e maligno

Portanto, essas diferenciações macro e microscópicas são fundamentais para a obtenção do diagnóstico, prognóstico e escolha do tratamento de uma neoplasia.

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Referências bibliográficas:

KUMAR, V.; et al. Robbins: patologia básica. 9.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 928 p.