Micro robôs na quimioterapia: será o futuro?
Sobre quimioterapia eu tenho certeza que você já ouviu falar ou até mesmo estudou na faculdade. Mas e micro robôs, você sabe o que são e como podem ser utilizados? Esse é um assunto que está em alta no meio acadêmico/científico e tem despertado cada vez mais o interesse de pesquisadores no mundo todo. Na China, alguns estudos já estão sendo realizados e hoje trouxemos aqui uma descoberta incrível realizada por pesquisadores chineses utilizando micro robôs para auxiliar na quimioterapia.
Vamos entender o contexto…
Antes de mais nada, é importante entender as principais dificuldades enfrentadas durante o tratamento de um câncer. Além de ser extremamente agressiva, a quimioterapia muitas vezes não é eficaz devido aos mecanismos de evasão desenvolvidos pelas células tumorais e principalmente devido a mutações acumuladas. Nesse contexto, os pesquisadores estão em busca de maneiras engenhosas para a administração de medicamentos quimioterápicos de uma forma mais específica, aumentando a eficácia do tratamento.
O que são micro robôs?
Os microrobôs consistem basicamente em um hidrogel impresso em 3D, sendo responsivo ao pH. Eles são ajustados para mudarem a sua forma em condições de pH baixo. Só para contextualizar, o micro ambiente tumoral é um ambiente ácido, por isso é importante que os micro robôs tenham essa característica.
Eles desenvolveram então micro robôs com diferentes formatos como peixe, borboleta e carangueijo de forma que essas estruturas carregariam as partículas da droga quimioterápica. A título de curiosidade, o peixe abre a boca para liberar o quimioterápico, o carangueijo o solta pela sua garra e a borboleta o faz através do movimento de suas asas. Demais, não é?
Como os pesquisadores levaram os micro robôs até o local do tumor?
Para possibilitar esse encontro, os microrobôs foram magnetizados com nanopartículas de óxido de ferro. Dessa forma, foi possível move-los utilizando ímãs ou campos magnéticos pelo lado de fora, uma forma minimamente invasiva. Ao encontrar com o micro ambiente tumoral de pH ácido, os micro robôs se movimentavam e liberavam a partícula de quimioterápico no local específico.
Vale lembrar que todo o estudo, até o momento, foi feito in vitro, ou seja, apenas em culturas de células, que é um ambiente mais controlado e diferente de um organismo. Contudo, a pesquisa clínica é feita de etapas, e estudos in vitro são essencias para que os próximos passos sejam dados e tenhamos um avanço científico.
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Referências bibliográficas
XIN, C. et al. Environmentally Adaptive Shape-Morphing Microrobots for Localized Cancer Cell Treatment. ACS nano, v. 15, n. 11, v. 18048–18059, 2021.