Quais são os tipos de leishmaniose?
Fala biomédico, beleza? De leishmaniose você certamente já ouviu falar. Mas você sabe quais são os tipos de leishmaniose e quais são as diferenças entre eles?
Antes de mais nada é importante entender que a leishmaniose é uma doença causada por parasitas do gênero Leishmania. No Brasil existem três espécies transmissoras da doença, a Leishmania braziliensis, Leishmania guayanensis e Leishmania amazonenses. A transmissão se dá principalmente pela picada do mosquito do gênero Lutzomyia, conhecido como mosquito palha. A leishmaniose é considerada uma doença negligenciada, afetando milhões de pessoas em várias partes do mundo, especialmente em regiões tropicais e subtropicais. Contudo, existem diferentes tipos de leishmaniose, cada um com suas características distintas. Vamos entender.
Leishmaniose tegumentar americana
Nesse tipo temos três subtipos, a cutânea, a cutânea mucosa e a cutânea difusa.
Leishmaniose cutânea
É a forma mais comum da doença e afeta principalmente a pele. Geralmente se manifesta como úlceras cutâneas com bordas elevadas que podem ser únicas ou múltiplas. Essas úlceras são geralmente indolores e apresentam uma alta carga parasitária nas bordas. Os locais mais comuns de surgimento das úlceras são os braços, pés e rosto, que são os locais de picada do mosquito. A leishmaniose cutânea pode variar em gravidade, desde casos auto-limitantes até formas mais crônicas e recorrentes.
Leishmaniose mucocutânea
É uma forma mais grave da doença que afeta a pele e as mucosas, especialmente nas regiões do nariz, boca, faringe e laringe. Podem ser originadas de uma lesão cutânea ou surgirem por disseminação hematológica do parasito. É caracterizada por lesões cutâneas semelhantes à leishmaniose cutânea, mas com um potencial destrutivo maior. Com o tempo, as lesões podem causar deformidades faciais e dificuldades respiratórias e de deglutição.
Leishmaniose cutâneo difusa
Esse subtipo é caracterizado por lesões NÃO ulcerativas pela pele que vão se espalhando por todo o corpo. É causa pela espécie L. amazonenses. Além disso, esse é um subtipo muito comum em pacientes imunossuprimidos.
Leishmaniose visceral
A leishmaniose visceral é a forma mais grave, de evolução crônica e de alta letalidade se não tratada. Inicia-se com uma lesão discreta que vai se disseminando graças ao acesso do parasita aos vasos linfáticos. Com isso, órgãos como o fígado, o baço e a medula óssea são afetados. Os sintomas variam de acordo com o órgão e o estado imunológico do paciente e incluem leucopenia, anemia, descamações, queda de cabelo, glomerulonefrite, febre prolongada, perda de peso, e aumento do fígado e do baço. Se não for tratada, a leishmaniose visceral pode ser fatal por favorecer o surgimento de doenças oportunistas como tuberculose e pneumonia.
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Referências bibliográficas:
Neves, DP. Parasitologia Humana, 11ª ed, São Paulo, Atheneu, 2005.