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É possível imprimir órgãos?

No dia 7 de dezembro de 2023, foi publicado um artigo científico mostrando uma descoberta inovadora para a ciência: uma técnica promissora para imprimir órgãos. Os cientistas apresentaram uma técnica inovadora, a Impressão Acústica Volumétrica de Penetração Profunda (DVAP), que promete revolucionar o campo da cirurgia e terapia médica. Imagine um mundo onde a precisão se alia à não invasividade, onde estruturas complexas são criadas dentro do corpo humano. Talvez isso seja realidade no futuro.

O que a DVAP e como ela funciona?

Basicamente, a DVAP utiliza ondas de ultrassom para criar impressões 3D dentro do corpo humano, um feito que supera significativamente os métodos já existentes. O segredo está na sonotinta, uma composição especial de hidrogéis, micropartículas e moléculas sensíveis às ondas sonoras. Essa tinta líquida e viscosa é habilmente injetada nos tecidos alvos.

A magia acontece quando uma sonda de impressão ultrassônica é direcionada para a tinta. As ondas sonoras agem sobre a sonotinta, unindo suas partículas e solidificando-as em estruturas complexas. Essas estruturas complexas se assemelham a ossos ou a bolhas de hidrogel para acomodar órgãos, a fim de se integrarem perfeitamente ao tecido adjacente.

A versatilidade da sonotinta é, sobretudo, um dos seus pontos fortes. Em suma, sua fórmula pode ser adaptada para variar a durabilidade, a capacidade de degradação e até mesmo para oferecer uma gama de cores diferentes. Mas sua verdadeira magia reside no procedimento pós-impressão, onde o restante da tinta é facilmente removido com uma seringa.

Quais foram as descobertas até o momento

Em resumo, os testes realizados são surpreendentes. Foram realizadas a selagem de uma parte do coração de cabra, sem precisar de uma cirurgia invasiva, e a reconstrução de uma perna de galinha. Inegavelmente, a técnica mostrou sua capacidade de penetrar profundamente nos tecidos sem causar danos significativos.

Embora ainda não tenha alcançado a etapa de implementação nos hospitais, a DVAP promete um futuro promissor. Por fim, a possibilidade de moldar estruturas complexas dentro do corpo humano usando ondas de ultrassom e uma tinta especial abre portas para um novo capítulo na medicina moderna. À medida que essa técnica evolui, ela promete não apenas transformar procedimentos médicos, mas também proporcionar uma abordagem mais delicada e precisa para tratar condições que antes exigiam intervenções invasivas e arriscadas.

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Referência bibliográfica:

Xiao Kuang et al. Self-enhancing sono-inks enable deep-penetration acoustic volumetric printing. Science, v. 382, p. 1148-1155, 2023. DOI:10.1126/science.adi1563