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O que é desvio à esquerda?

Se você está cursando alguma faculdade da área da saúde, você certamente já ouviu falar do termo desvio à esquerda. Para os iniciantes na hematologia, pode ser um termo um pouco confuso, mas é pra isso que estamos aqui hoje. Neste post, vamos esclarecer de uma vez por todas o que significa desvio à esquerda e em quais contextos ele está presente.

O que significa então desvio à esquerda?

Em suma, é uma expressão usada para descrever uma condição observada no hemograma. Ele se refere a um aumento no número de neutrófilos imaturos, também conhecidos como bastonetes, metamielócitos e mielócitos, na corrente sanguínea periférica.

Normalmente, os neutrófilos maduros, conhecidos como segmentados, constituem a maior parte dos neutrófilos circulantes no sangue. No entanto, em certas situações, como infecções graves, inflamações agudas, ou resposta a medicamentos, pode ocorrer um aumento significativo no número de neutrófilos imaturos.

Quando observa-se no hemograma que os bastonetes e outras formas imaturas de neutrófilos estão em maior número do que o usual, diz-se que há um “desvio à esquerda”. Esse termo deriva da disposição das células na maturação na medula óssea, onde as células imaturas estão à esquerda e as células maduras à direita.

O que esse desvio indica?

Em síntese, esse desvio indica uma resposta do organismo a uma demanda aumentada por células de defesa, geralmente devido a uma infecção bacteriana grave. Os neutrófilos imaturos são liberados pela medula óssea para auxiliar na resposta imunológica, já que são células precursoras dos neutrófilos maduros, a fim de participar da defesa contra infecções.

Este fenômeno, embora seja uma resposta adaptativa do sistema imunológico, muitas vezes sugere uma condição subjacente que requer atenção médica. A presença de um “desvio à esquerda” no hemograma pode indicar uma infecção bacteriana aguda, como pneumonia, sepse, infecções do trato urinário ou outras condições inflamatórias graves.

É importante ressaltar que, embora seja frequentemente associado a infecções bacterianas, ele não é específico o suficiente para indicar o tipo exato de infecção. Outros exames clínicos e laboratoriais são necessários para determinar a origem da condição e orientar o tratamento adequado.

Além disso, em algumas circunstâncias, um “desvio à esquerda” pode ser observado em situações não infecciosas, como na recuperação pós-quimioterapia, após a administração de certos medicamentos estimulantes da medula óssea ou em condições inflamatórias não infecciosas.

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