Quais são os tipos de ELISA?

Você sabe a diferença entre os tipos de ELISA? Lembra qual o princípio de cada um? E em quais situações eles são utilizados? Antes de mais nada, é interessante relembrar que o nome ELISA vem do inglês (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay), e nada mais é do que um teste enzimático baseado na ligação antígeno-anticorpo. O teste de ELISA é conhecido por sua alta sensibilidade e especificidade, é uma técnica amplamente utilizada para detectar e diagnosticar uma variedade de substâncias.

Tá, mas quais são os tipos de ELISA e qual a diferença entre eles?

ELISA Direto

Esse é o tipo mais simples e rápido de ELISA. Adiciona-se a placa a amostra que supostamente possui o antígeno de interesse. Esse antígeno irá se adsorver, ou seja, se fixar à placa. Em seguida, adicionamos um anticorpo primário que está conjugado com uma enzima. Geralmente essa enzima é a peroxidase. Se houver formação de complexo antígeno-anticorpo, a enzima ligada ao anticorpo primário irá catalisar o substrato que é adicionado, formando uma reação química que produz cor, indicando a presença do antígeno na amostra. Além disso, a intensidade da cor gerada é diretamente proporcional a quantidade de antígeno presente na amostra.

Dentre as desvantagens desse método estão inclusas a baixa amplificação e sensibilidade. Contudo, podemos resolver esse problema adicionando um anticorpo secundário à reação, como é o caso do ELISA indireto. O ELISA direto também é menos flexível que os outros tipos de ELISA, porque é necessário um anticorpo primário específico para cada antígeno-alvo.

ELISA Indireto

No ELISA indireto segue-se um passo a passo bem similar ao ELISA direto porém é um método mais sensível. Após adicionar a amostra e realizar a adsorção do antígeno à placa, adicionamos um anticorpo primário. A diferença é que, em seguida, adicionamos um anticorpo secundário, que é específico para o anticorpo primário com o intuito de amplificar e aumentar a sensibilidade da reação. Nesse caso, a enzima estará conjugada ao anticorpo secundário e não ao primário como no ELISA direto!

Portanto, se o antígeno estiver presente na amostra, o anticorpo primário se ligará à ele e consequentemente, o anticorpo secundário se ligará ao primário. O sinal será gerado pela enzima após o consumo do substrado. Se o antígeno de interesse não estiver presente na amostra, o anticorpo primário não se ligará ao anticorpo secundário e a cor não será gerada.

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ELISA sanduíche direto

Nesse tipo de ELISA, um anticorpo específico pré-revestido na placa captura o antígeno presente na amostra.Em seguida, adicionamos um segundo anticorpo primário, conjugado com uma enzima, afim de detectar a presença do antígeno. Como? Se o antígeno está presente na amostra, o anticorpo adsorvido na placa o terá capturado. Então, o anticorpo primário se ligará a esse complexo, a enzima consumirá o substrato e a cor será produzida. É importante resaltar que cada um desses anticorpos é específico para um epítopo diferente do antígeno, aumentando a especificidade do teste. Esse tipo de ELISA é útil quando o antígeno é de difícil detecção direta e a grande vantagem é a maior sensibilidade em relação ao outros tipos de ELISA.

ELISA sanduíche indireto

Há ainda uma varia desse tipo de ELISA. Nesse caso adicionamos o anticorpo primário para se ligar ao complexo antígeno da amostra – anticorpo da placa e logo em seguida, adiciona-se um anticorpo secundário conjugado à enzima, amplificando ainda mais essa reação.

ELISA Competitivo

O princípio básico do ELISA competitivo envolve a ligação competitiva entre o antígeno presente na amostra e o antígeno competidor (um antígeno já conhecido e adicionado propositalmente) pelo anticorpo. É frequentemente usado quando há uma baixa concentração do antígeno na amostra ou quando deseja-se alta sensibilidade e especificidade. Primeiramente, o antígeno competidor é adsorvido à placa. Em seguida, adicionamos a amostra contendo o antígeno de interesse.Depois, adicionamos um anticorpo primário que se ligará tanto ao antígeno competidor quanto ao antígeno da amostra (caso esteja presente). Quanto maior a concentração do antígeno na amostra, menos antígeno competidor se ligará ao anticorpo, resultando em uma diminuição da cor produzida.

a imagem ilustra os tipos de ELISA, mostrando os componentes de cada tipo e o princípio básico.
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Referências bibliográficas:

Crowther, J. R. (2009). The ELISA guidebook. Humana Press.

Tijssen, P. (2002). Practice and theory of enzyme immunoassays. Elsevier Science.

Ritter, N., & Lincoff, A. M. (2016). ELISA: Methods and protocols. Springer Science+Business Media.