Parasitoses Intestinais
As parasitoses intestinais são infecções causadas por protozoários e helmintos que colonizam o trato gastrointestinal humano. Essas doenças têm grande impacto em saúde pública, principalmente em regiões com saneamento inadequado e água não tratada. O diagnóstico precoce e preciso é essencial para tratar o paciente corretamente e evitar complicações graves.
Principais agentes causadores
Protozoários
- Giardia lamblia: provoca diarreia crônica, dor abdominal e má absorção de nutrientes. Seu ciclo inclui cistos resistentes no ambiente e formas trofozoítas que se multiplicam no intestino.
- Entamoeba histolytica: responsável pela amebíase, pode causar disenteria e abscessos hepáticos. Os cistos ingeridos se transformam em trofozoítos no intestino.
- Cryptosporidium spp.: protozoário intracelular, causa diarreia persistente, especialmente em imunossuprimidos.
Helmintos
- Nematódeos: Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e Enterobius vermicularis. O ciclo envolve ovos excretados nas fezes, que se desenvolvem no ambiente antes de infectar o hospedeiro.
- Cestódeos: Taenia spp., transmitidos por carne malcozida, apresentam estruturas segmentadas características.
- Trematódeos: Fasciola hepatica, menos comum, transmitida por ingestão de plantas aquáticas contaminadas.
Portanto, conhecer o agente e seu ciclo de vida é fundamental para prevenção, diagnóstico e tratamento.
Formas de transmissão
As parasitoses intestinais se disseminam principalmente por:
- Via fecal-oral: ingestão de água ou alimentos contaminados;
- Contato direto: manipulação de alimentos ou superfícies contaminadas;
- Ambiente: solo ou utensílios com ovos ou larvas.
Consequentemente, práticas de higiene e saneamento básico são essenciais para prevenção e controle.
Coleta e preparo de amostras
Para um diagnóstico confiável, a coleta deve seguir protocolos rigorosos:
- Material: fezes frescas em frascos limpos e secos;
- Quantidade: 5 a 10 g, suficiente para múltiplos exames;
- Armazenamento: refrigerar até 2 horas após a coleta ou usar soluções preservativas.
Assim, preserva-se a integridade do parasita e aumenta a chance de identificação correta.
Técnicas laboratoriais
1. Sedimentação
Permite concentrar ovos, larvas e cistos mais pesados. Ideal para trematódeos e nematódeos.
2. Flotação
Usa soluções densas, como sulfato de zinco ou sacarose, para fazer os ovos leves flutuarem. Indicado para nematódeos.
3. Coloração
Métodos como Lugol, Ziehl-Neelsen e tricolor de Wheatley ajudam a diferenciar protozoários e identificar trofozoítos e cistos.
4. Métodos avançados
- Imunodiagnóstico: detecta antígenos específicos, aumentando sensibilidade e precisão;
- PCR e biologia molecular: identifica espécies e subtipos, útil em surtos e pesquisas epidemiológicas.
Além disso, a combinação de técnicas clássicas e avançadas aumenta a confiabilidade do diagnóstico.
Sintomas e impactos clínicos
As parasitoses intestinais podem variar de assintomáticas a graves:
- Diarreia, dor abdominal, náuseas e vômitos;
- Perda de peso, anemia e atraso no crescimento em crianças;
- Comprometimento imunológico em infecções crônicas;
- Possíveis complicações hepáticas ou pancreáticas em casos de Entamoeba histolytica.
Portanto, acompanhamento clínico e tratamento correto são essenciais.
Prevenção e controle
Medidas eficazes incluem:
- Lavar as mãos e higienizar alimentos corretamente;
- Consumir água potável ou tratada;
- Tratar indivíduos infectados;
- Implementar educação em saúde e saneamento básico.
As parasitoses intestinais exigem atenção clínica e laboratorial. Entender agentes, ciclos de vida, transmissão e técnicas de diagnóstico permite intervenções mais eficazes, melhora a qualidade de vida dos pacientes e previne complicações.
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