Como funciona o método de Bermann e Moraes?
O método de Bermann e Moraes é uma técnica essencial na parasitologia, amplamente utilizada para detectar larvas de nematoides em amostras biológicas, principalmente fezes. Desenvolvido em 1955, o método surgiu com o objetivo de facilitar a identificação de parasitas em laboratório, utilizando princípios mais simples, mas também eficazes baseados no comportamento natural das larvas, como sua atração pelo calor e pela umidade (hidrotropismo e termotropismo positivo).
Originalmente, o método consistia em um sistema de funil, no qual a amostra era colocada sobre uma gaze ou tela metálica, com água morna no fundo do funil. Por consequência, as larvas estimuladas pela temperatura e umidade, migravam para a água, onde podiam ser coletadas e analisadas.
Em 1958, Rugai, Mattos e Brisola propuseram uma adaptação ao método original, tornando-o mais prático e acessível. Em suma, nessa modificação, o funil foi substituído por tubos, atualmente frascos de coleta de fezes, e a amostra de fezes passou a ser colocada diretamente sobre a gaze dentro do frasco contendo água morna. Essa adaptação simplificou a execução, ao mesmo tempo que eliminou a necessidade de equipamentos mais elaborados e permitindo sua aplicação em locais com recursos limitados.
Qual a aplicação do método de Bermann e Moraes?
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O método, tanto em sua forma original quanto na versão adaptada, é utilizado para detectar larvas vivas de nematoides presentes em amostras fecais. Entre os parasitas mais frequentemente identificados estão o Strongyloides stercoralis, causador da strongiloidíase, o Ancylostoma spp, e Necator americanus, causadores da ancilostomíase, que popularmente é conhecida como amarelão, além de larvas migratórias de Toxocara spp., causadora de doença em humanos e animais.
Além de ser amplamente usado no diagnóstico clínico e veterinário, o método de Bermann e Moraes/ Rugai tem aplicações importantes em estudos epidemiológicos e na análise de saúde ambiental. Sua principal vantagem é a alta sensibilidade para a detecção de larvas vivas, além de ser de baixo custo e simples de executar. No entanto, há algumas limitações. No entanto, o método não é capaz de identificar ovos ou formas inativas de parasitas, dependendo exclusivamente de larvas ativas. Além disso, requer um tempo de incubação de 12 a 24 horas, o que pode ser um desafio em situações de urgência. Outro fator que pode interferir nos resultados é a qualidade e a temperatura da amostra analisada.
Em conclusão, o método de Bermann e Moraes, especialmente com as adaptações propostas por Rugai, permanece como uma ferramenta indispensável na parasitologia. Como resultado, sua contribuição para o diagnóstico e a pesquisa é inestimável, auxiliando no controle de parasitas.