Como é feito o diagnóstico de diabetes?

De diabetes você com certeza já ouviu falar nas aulas de fisiologia. Inclusive já fizemos um post sobre os tipos de diabetes, clique aqui para conferir. No entando, se você ainda tem dúvidas de como é feito o diagnóstico de diabetes esse post é para você.

A diabetes mellitus é uma doença crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. O diagnóstico precoce desempenha um papel fundamental a fim de controlar a doença e previnir complicações a longo prazo. Felizmente, existem diversos exames disponíveis que podem auxiliar os profissionais de saúde no diagnóstico de diabetes mellitus. Portanto, neste artigo abordaremos os principais exames utilizados e como eles contribuem para identificar a presença da doença.

Em resumo, atualmente são três os critérios aceitos para realizar o diagnóstico de diabetes mellitus:

  1. Sintomas como poliúria (produção diária de urina acima de 2,5 litros), polidipsia (sede excessiva) e perda de peso, associados a teste aleatório de glicemia acima de 200 mg/dl.
  2. Valor de glicemia de jejum com resultado MAIOR OU IGUAL a 126 mg/dl.
  3. Teste oral de tolerância à glicose com valores de glicema maior que 200 mg/dL.

Vamos entender então como esses exames são realizados?

Glicemia de jejum

O teste de glicemia de jejum é um dos exames mais comuns para diagnóstico de diabetes.Em síntese, ele envolve a coleta de uma amostra de sangue após um período de jejum principalmente noturno, geralmente de 8 horas. O nível de glicose é então medido no plasma e o tubo de coleta nesse caso deve ser o fluoreto de sódio. Atualmente, os valores de referência são os seguintes:

  • Normal: < 99 mg/dL
  • Pré-diabético: > 100 e < 125 mg/dL
  • Diabético: > 126 m/dL

Porém os valores para pré-diabéticos ainda estão sendo debatidos pela OMS pois muitos pacientes já apresentam sintomas graves nesse range de glicemia.

Teste oral de tolerância à glicose

Nesse exame, o paciente deve ingerir uma solução contendo 75g de glicose. Em seguida, verifica-se a glicemia no plasma antes da ingestão e após 2 horas. Isso permite avaliar como o organismo do paciente processa o açúcar e identificar qualquer anormalidade. Os valores de referência pós ingestão são:

  • Normal: < 140mg/dL
  • Pré-diabético: > 140 e < 199 mg/dL
  • Diabético: acima de 200 mg/dL

Teste aleatório de glicemia

Este teste é utilizado quando há suspeita imediata de diabetes. Ele consiste em medir a glicose no plasma, coletado no tubo de fluoreto de sódio, a qualquer hora do dia, independentemente do horário das refeições. Se os níveis de glicose estiverem acima de 200 mg/dL, é indicativo de diabetes.

Testes adicionais

Em alguns casos, podem ser necessários exames adicionais, como testes de anticorpos, com o intuito de diferenciar os tipos de diabetes. Esses testes podem ajudar a determinar se uma pessoa tem diabetes mellitus tipo 1, diabetes mellitus tipo 2 ou outra forma menos comum da doença.

Contudo, para aqueles pacientes que já são diabéticos, pode ser solicitado para avaliação do controle glicêmico o exame de hemoglobina glicada. Vamos entender como funciona esse exame.

Hemoglobina glicada (HbA1c)

Esse exame é aquele dedo-duro que todo diabético teme! A hemoglobina glicada é o exame que mede a quantidade de glicose ligada à hemoglobina. Visto que a vida de uma hemácia é em torno de 120 dias, é possível averiguar como estava esse controle glicêmico nos últimos 2 a 3 meses. A amostra é então obtida a partir do tubo de EDTA e valores acima de 5,5% de HbA1c indicam um controle glicêmico deficiente e podem ser um sinal de diabetes.

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Referências bibliográficas:

AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Diabetes Mellitus: Diagnosis, Classification, and Pathophysiology. Diabetes Care, v. 44, Suppl. 1, 2021.