Qual o mecanismo de ação dos antibióticos?

Que existem diferentes classes de antibióticos eu tenho certeza que você aprendeu nas aulas de farmacologia. Mas e o mecanismo de ação de cada classe, você lembra? Fique até o final desse post para conferir.

Antes de mais nada, vamos relembrar que os antibióticos têm a capacidade de inibir o crescimento ou matar as bactérias, sendo de extrema importância na clínica. Em segundo lugar, podemos agrupar os antibióticos de acordo com seus mecanismos de ação em várias classes.

Inibidores da parede celular

Uma classe importante de antibióticos são aquelas que age inibindo a síntese da parede celular bacteriana. A parede celular é uma estrutura de extrema importância para a sobrevivência de muitas bactérias, e a inibição de sua formação resulta na lise e morte celular. Exemplos dessa classe incluem a penicilina e a amoxicilina, que interferem na formação de ligações cruzadas entre os peptidoglicanos da parede celular, enfraquecendo-a e tornando as bactérias mais suscetíveis à lise osmótica.

Inibidores da síntese proteica

Outra classe de antibióticos atua inibindo a síntese de proteínas nas bactérias. Tetraciclinas, macrolídeos e aminoglicosídeos são alguns exemplos. A tetraciclina, por exemplo, inibe a síntese de proteínas ao se ligar ao ribossomo bacteriano, impedindo que a maquinaria de tradução funcione corretamente. Os macrolídeos, como a eritromicina, inibem a translocação da subunidade 50S do ribossomo. Já os aminoglicosídeos, como a estreptomicina, causam a leitura errônea do códon, levando a erros na síntese proteica. Tudp isso resulta na inibição do crescimento e na morte bacteriana, uma vez que as proteínas são fundamentais para quase todos os processos celulares.

Inibidores da síntese de ácido nucleico

Os antibióticos que atuam na síntese de ácido nucleico são outra classe importante, impedindo a multiplicação das bactérias. A ciprofloxacina e a levofloxacina, por exemplo, são fluoroquinolonas que interferem na replicação do DNA bacteriano, inibindo a topoisomerase II e IV. Essa interferência resulta em danos no DNA e na morte da bactéria. Além disso, alguns antibióticos, como a rifampicina, inibem a RNA polimerase bacteriana, bloqueando a transcrição e a síntese de RNA.

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Inibidores do metabolismo bacteriano

Outra estratégia para combater as infecções bacterianas é inibir os processos metabólicos específicos das bactérias. Os sulfonamidas, por exemplo, atuam como análogos estruturais do ácido p-aminobenzóico (PABA), um precursor do ácido fólico bacteriano. Ao competir com o PABA, as sulfonamidas inibem a síntese do ácido fólico, essencial para a síntese de nucleotídeos e, consequentemente, do DNA e RNA.

Inibidores da membrana celular

Os antibióticos que afetam a integridade da membrana celular bacteriana incluem as polimixinas. Esses compostos se ligam às membranas bacterianas, criando canais iônicos na membrana, perturbando o gradiente de íons e a homeostase celular, o que leva à morte bacteriana. As polimixinas são usadas principalmente topicamente, devido aos efeitos tóxicos que podem ocorrer quando administradas sistemicamente.

Resistência antibiótica

Embora os antibióticos tenham sido um avanço crucial na medicina, é importante lembrar que o uso indevido ou excessivo de antibióticos pode levar ao desenvolvimento de resistência bacteriana, uma ameaça crescente à saúde pública. Bactérias podem adquirir resistência por meio de mutações genéticas ou transferência horizontal de genes de resistência. Portanto, o uso prudente e responsável de antibióticos é fundamental para evitar o desenvolvimento de resistência e garantir a eficácia contínua desses medicamentos.

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Referência bibliográfica:

Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12ª edição. Rio de Janeiro, McGraw-Hill, 2012,2112 p.