Qual a função da adrenal?
Já ouviu falar da glândula adrenal nas aulas de fisiologia? Essa glândula é também conhecida como suprarrenal, sendo um órgão endócrino duplo, localizado acima de cada rim. Seu nome deriva da sua posição anatômica (“ad” significando “junto” e “renal” referindo-se ao rim). Cada glândula adrenal é composta por duas regiões distintas: o córtex e a medula, que desempenham papéis cruciais na regulação de várias funções fisiológicas através da secreção de hormônios.
Anatomia da glândula adrenal
Cada glândula adrenal tem uma forma triangular e pesa cerca de 4 a 5 gramas em um adulto. Ela é envolta por uma cápsula de tecido conjuntivo e possui duas regiões principais: o córtex, que constitui cerca de 80-90% do volume da glândula, e a medula, localizada no centro da glândula.
- Córtex Adrenal: O córtex é dividido em três zonas distintas: a zona glomerulosa, a zona fasciculada e a zona reticular. Cada uma dessas zonas é responsável pela produção de diferentes hormônios esteroides.
- Zona Glomerulosa: É a camada mais externa e secreta mineralocorticoides, principalmente a aldosterona, que regula o equilíbrio de sódio e potássio no sangue, influenciando diretamente a pressão arterial.
- Zona Fasciculada: Localizada no meio do córtex, é a maior das três zonas e secreta glicocorticoides, como o cortisol. Estes hormônios desempenham um papel vital no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios, além de modularem a resposta ao estresse e inflamação.
- Zona Reticular: É a camada mais interna do córtex e produz andrógenos, como a dehidroepiandrosterona (DHEA), que são precursores dos hormônios sexuais.
- Medula Adrenal: A medula é a região central da glândula e é derivada das células da crista neural. Ela secreta catecolaminas, principalmente adrenalina (epinefrina) e noradrenalina (norepinefrina), que são essenciais para a resposta de “luta ou fuga” em situações de estresse agudo. Esses hormônios aumentam a frequência cardíaca, dilatam as vias aéreas, e mobilizam reservas de energia.
Histologia da glândula adrenal
Histologicamente, o córtex e a medula apresentam diferenças marcantes. O córtex possui células que são arranjadas em colunas ou cordões, rodeadas por capilares sinusoidais, o que facilita a rápida liberação dos hormônios na circulação sanguínea. As células da zona glomerulosa são pequenas e arranjadas em aglomerados, enquanto as células da zona fasciculada são maiores e organizadas em feixes longitudinais. As células da zona reticular são menores e dispostas em uma rede irregular.
A medula adrenal, por outro lado, é composta por células cromafins, que são grandes, arredondadas e basófilas. Essas células são especializadas na produção e secreção de catecolaminas. Além disso, a medula adrenal possui uma rica rede de fibras nervosas simpáticas que modulam a liberação desses hormônios em resposta ao estresse.
Funções da glândula adrenal
As funções da glândula adrenal são vitais para a homeostase do corpo humano. O córtex adrenal, através da produção de aldosterona, cortisol e andrógenos, regula o equilíbrio de eletrólitos, o metabolismo energético e o desenvolvimento sexual.
A aldosterona atua nos rins para aumentar a reabsorção de sódio e a excreção de potássio, influenciando assim a pressão arterial e o volume sanguíneo. O cortisol, por sua vez, é crucial para a resposta ao estresse, aumentando a disponibilidade de glicose no sangue e suprimindo respostas imunes e inflamatórias. Já os andrógenos, embora em menor quantidade comparados aos hormônios sexuais produzidos pelas gônadas, contribuem para o desenvolvimento de características sexuais secundárias.
A medula adrenal, ao liberar adrenalina e noradrenalina, prepara o corpo para situações de emergência, aumentando a frequência cardíaca, a pressão arterial, e promovendo a liberação de glicose pelas reservas hepáticas.
Em resumo, a glândula adrenal é fundamental para a manutenção de diversas funções corporais, desde o controle do estresse até a regulação do metabolismo e do equilíbrio eletrolítico, sendo essencial para a sobrevivência e adaptação do organismo às mudanças do ambiente.
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Referência bibliográfica:
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. RIo de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.