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Peste negra: a pandemia que mudou a história

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A Peste Negra, também conhecida como a Grande Peste, foi uma pandemia devastadora que assolou a Europa entre 1347 e 1351, causando a morte de aproximadamente 25 a 75 milhões de pessoas. Estima-se que cerca de um terço da população europeia tenha sucumbido à doença. Seu impacto foi tão profundo que alterou estruturas sociais, econômicas e religiosas, deixando marcas indeléveis na história.

O causador da peste negra

A doença é causada pela bactéria Yersinia pestis, um patógeno transmitido principalmente por pulgas do rato-preto (Rattus rattus). Existem três formas principais da peste:

  • Peste bubônica: Caracterizada por inchaço dos gânglios linfáticos (bubões), febre alta e calafrios.
  • Peste septicêmica: Quando a bactéria atinge a corrente sanguínea, causando falência múltipla de órgãos.
  • Peste pneumônica: Altamente contagiosa, afeta os pulmões e pode ser transmitida de pessoa para pessoa por gotículas respiratórias.

O que aconteceu durante a pandemia?

Acredita-se que a Peste Negra tenha se originado na Ásia Central, se espalhando rapidamente para a Europa por meio de rotas comerciais, especialmente a Rota da Seda e embarcações mercantis. A chegada da peste a Messina, na Sicília, em 1347, marcou o início de uma catástrofe sem precedentes. Cidades inteiras foram dizimadas, e o pânico levou a medidas extremas, como quarentenas, abandono de doentes e perseguições a grupos minoritários, como os judeus, acusados injustamente de espalhar a praga.

A medicina da época não possuía conhecimento suficiente para lidar com a doença. Tratamentos baseados em superstições, como a queima de ervas aromáticas e o uso de sanguessugas, eram comuns, mas ineficazes. A falta de saneamento e higiene contribuiu para a propagação rápida da bactéria.

A peste negra nos dias atuais

Embora a Peste Negra tenha sido erradicada como uma ameaça, surtos ainda ocorrem em algumas regiões. A Yersinia pestis continua endêmica em partes da África, Ásia e América do Sul, com casos registrados em países como Madagascar, República Democrática do Congo e Peru. Nos Estados Unidos, surtos esporádicos já ocorreram no sudoeste, em estados como Novo México e Arizona, onde a bactéria circula entre roedores selvagens.

Atualmente, a peste é tratável com antibióticos, como estreptomicina e doxiciclina, reduzindo significativamente sua letalidade. A vigilância epidemiológica e o controle de vetores, como pulgas e roedores, são essenciais para prevenir novos surtos.

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Referência bibliográfica:

Glatter KA, Finkelman P. History of the Plague: An Ancient Pandemic for the Age of COVID-19. Am J Med. 2021 Feb;134(2):176-181. doi: 10.1016/j.amjmed.2020.08.019. Epub 2020 Sep 24. PMID: 32979306; PMCID: PMC7513766.

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BLACK DEATH. Encyclopædia Britannica. Disponível em: https://www.britannica.com/event/Black-Death.