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Erros mais comuns no exame de urina

Você biomédico, sabe como fazer um exame de urina corretamente? Nesse post vamos entender os principais erros que acontecem durante a realização desse exame e que você deve se atentar para NÃO cometer.

O exame de urina é fundamental para avaliar a saúde do trato urinário e detectar possíveis doenças renais. Pode ser realizado por meio da análise física, química e microscópica da urina, fornecendo informações valiosas sobre a função renal e auxiliando no diagnóstico de condições como infecções urinárias, cálculos renais e doenças renais crônicas. No entanto, é importante estar ciente dos principais erros que podem ocorrer durante a uroanálise, a fim de garantir resultados precisos e confiáveis.

Não conferir os dados do paciente!

Comecemos pelo mais básico de todos, mas que muitas vezes passa batido para muitos biomédicos. É fundamental que você saiba o sexo e a idade do paciente, se ele faz uso de medicamentos ou não, se tem alguma doença crônica como a diabetes etc. Tudo isso pode influenciar na forma como os resultados serão interpretados. Alguns medicamentos e suplementos podem também afetar os resultados. Portanto, é fundamental requisitar esse tipo de informação com o paciente antes da realização do exame.

Analisar amostra que foi coletada de forma inadequada.

A forma como a amostra de urina é coletada é um fator crucial para evitar erros na uroanálise. É essencial orientar corretamente o paciente para que haja a higiene adequada da região genital antes da coleta quando necessário. Além disso, é importante que o paciente saiba quando a primeira urina da manhã deve ser coletada, se o primeiro jato deve ser desprezado e qual o volume mínimo para que o exame seja realizado. Se você receber um volume muito pequeno e o paciente não possuir nenhuma limitação, é necessário pedir uma recoleta da amostra. Enfim, quando um exame de 24 horas for realizado, é necessário coletar TODA a urina de um período de 24 horas. Se você quiser saber mais sobre esse exame, clique no link para conferir nosso post.

Armazenar a amostra de forma inadequada.

A urina, assim como toda amostra biológica, é sensível e passível de alterações de acordo com o armazenamento. Portanto, o armazenamento adequado é essencial para preservar suas características. Primeiramente, o recipiente de coleta, independente do exame, deve ser limpo e hermético, de preferência cedido pelo laboratório para evitar erros. Além disso, é necessário se atentar ao exame que será realizado. Para o exame de urina de 24 horas e na urocultura, é fundamental armazenar a amostra na geladeira para reduzir a proliferação de bactérias. Já na análise microscópica do exame de urina, a amostra não deve ser refrigerada pois favorece a sedimentação de sais e cristais.

Diluir a amostra

Pode acontecer de alguns laboratórios instruírem você profissional a diluir a urina para realizar uma análise microscópica de uma amostra que contenha muitas hemácias, muitos sais ou muitos leucócitos, impedindo a visualização de outros elementos. Mas não faça isso! Além de estar manipulando um resultando, manipula-se também a amostra.

Falta de rigor metodológico nas análises.

O exame da fita de urina por exemplo, deve seguir um rigor metodológico para evitar erros. Você deve mergulhar a fita na amostra por apenas alguns segundos. Depois, deve retirá-la e secar o excesso de amostra. É importante realizar a leitura da fita preferencialmente na horizontal para evitar que as membranas da fita se rompam e que um reagente extravase para o outro campo. Por isso, é fundamental fazer a leitura amostra por amostra, para que o passo a passo correto seja respeitado.

É importante ressaltar que a uroanálise é apenas uma das ferramentas diagnósticas disponíveis, e os resultados devem ser interpretados em conjunto com outros dados clínicos.

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Referências bibliográficas:

DELANGHE, J.; SPEECKAERT, M. Preanalytical requirements of urinalysis. Journal of Clinical Laboratory Analysis, v. 24, n. 1, p. 89-104, 2014.